Coronavírus: psicólogos e médicos estão atendendo online e de forma gratuita (veja como)

Seguindo as recomendações de saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS), boa parte dos governos estaduais e municipais adotaram medidas de prevenção ao novo coronavírus (COVID-19), que colocaram muita gente dentro de casa.

A quarentena mexeu com a forma de viver de todo o planeta, com isso, trouxe prejuízos para a saúde mental. É o que nos explica a psicóloga Mara Perrotti Barbosa: “estamos vulneráveis, com medo, ansiosos e apreensivos”.

Para ela, neste momento é importante poder falar sobre nossas angústias, identificar nossas emoções e conseguir administrá-las.

“A crise é um momento importante de criação, onde podemos descobrir, criar ou reinventar recursos internos e externos que nos auxiliarão na busca de soluções, mesmo que provisórias, para as demandas atuais”, conta a psicóloga.

Pensando nisso, Perrotti, que atualmente mora em Joanesburgo, na África do Sul, resolveu então oferecer um espaço de conversa e aconselhamento para pessoas que estejam passando por dificuldades neste período de isolamento, em seu perfil no Instagram.

Essa é só mais uma ação das diversas que vem sendo realizadas na internet, buscando ajudar quem precisa neste momento delicado. Destacamos algumas a seguir.

Aconselhamento terapêutico

Falar pode ajudar. E é nisso que se baseia a técnica chamada aconselhamento terapêutico, onde o foco é ouvir pessoas que estejam passando por algum tipo de problema e incentivar a busca de formas específicas de lidar com isso.

O site A Chave da Questão, antes mesmo do novo coronavírus, realiza esse trabalho no Brasil, com profissionais que se disponibilizam para atender pessoas, oferecendo ajuda na resolução de problemas, dúvidas, conflitos e crises de maneira online.

Hoje, o portal que atendia pacientes individualmente por texto, voz ou vídeo, mudou sua forma de trabalho. A procura aumentou, com cerca de 1 milhão de acessos e uma sobrecarga de 200 mensagens por minuto, com a explosão do COVID-19.

Por isso, a proposta de acolhimento foi mudada, de individual para coletivo, recebendo perguntas e dúvidas de forma gratuita e passando dicas pertinentes através de lives e conteúdos no Facebook e Instagram para todos que se sintam afetados por tudo que está acontecendo.

Ajuda médica online para não sair de casa sem precisar!

pensando em ajudar de alguma forma, um grupo de médicos resolveu se reunir para lançar o Grupo GTC Solidário. No início, apenas os médicos Eduardo Campbell e Taiz Campbell faziam parte do projeto. Com experiência na área de aconselhamento médico a distância por mais de 10 anos, Eduardo viu que era preciso fazer algo neste momento de isolamento social.

O objetivo era reduzir a circulação de pessoas pelas ruas, evitar a sobrecarga do sistema de saúde e liberar os profissionais de saúde que precisam estar em hospitais para cuidar de casos mais sérios.

O projeto acabou chamando a atenção de outros que aderiram a ideia, e atualmente conta com mais de 100 médicos cadastrados, e mais de 1.100 atendimentos realizados em pacientes de todo o Brasil e alguns no exterior. Isso reduziu 76% a busca por unidades hospitalares, sendo que apenas 12% das pessoas que procuraram ajuda tiveram a indicação de buscar um atendimento presencial.

A orientação médica à distância é um serviço que pode ser realizado há muito tempo, porém, a teleconsulta, onde é possível orientar tratamento medicamentoso à distância, foi liberado pelo Conselho Federal de Medicina, como forma de ajudar no combate ao novo coronavírus.

As ações vem sendo divulgadas no Instagram oficial da empresa, que disponibiliza o atendimento via telefone ou Whatsapp (clique aqui).

Ver essa foto no Instagram

 

A Conexão GTC Solidária e parceiros, com a missão de minimizar os impactos do #CORONAVIRUS, lançou um projeto que conecta médicos do Brasil todo para darem orientação médica gratuita online. Desejamos reduzir a circulação desnecessária de pessoas nas ruas e, sobretudo, no sistema hospitalar, reduzindo também a sobrecarga do sistema de saúde e o risco de contaminação. Em 5 dias de atendimentos já orientamos mais de 1000 pessoas e evitamos 75% das idas aos hospitais. Se puder, faça parte dessa conexão de amor. Divulgue e ajude a evitar a circulação de pessoas sem real necessidade. #conexaogtcsolidaria #juntoscontraocorona #medicosunidos #aconselhamentomedico

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A saúde mental começa pelo bem estar social

Nascido da frustração de jovens estudantes de psicologia do Rio de Janeiro, que sentiam que a saúde mental precisava ser debatida em periferias, o coletivo Favela Terapia também vem desenvolvendo atividades que ajudem o próximo neste período de isolamento social.

Por serem estudantes, ainda não podem fazer atendimentos, então trabalham com rodas de acolhimento, trabalhando diversos temas, como ansiedade, medo, gênero, desconstrução racial, etc.

“Isso acaba sendo terapêutico, mesmo que não sejam consideradas oficialmente, mas que para dentro do contexto da favela acabam tendo esse papel”, explica uma das coordenadoras do projeto, Grazielle Nogueira

Entendendo que o autocuidado começa por pequenas ações sociais, o Favela Terapia resolveu trabalhar de outras formas para ajudar pessoas em meio a crise do COVID-19.

Para Gabriella Pacifico, estudante de Psicologia da Uerj, moradora da baixada fluminense e membro do coletivo, este é um momento muito difícil:

“Onde a galera está se preocupando até onde vai ter dinheiro pra poder se sustentar conseguir comprar comida pra dentro de casa por que está  tudo fechado e as pessoas precisam continuar trabalhando, para conseguir renda. Agora, o significado de saúde mental dentro de um contexto periférico é conseguir se organizar até onde dê para continuar tendo o básico”.

Leandro Gonçalves, morador do Complexo da Penha e também integrante do Favela Terapia, crê que é “difícil pensar em saúde mental quando muitas pessoas não tem o que comer”:

“Não dá para trabalhar isso sem que as pessoas tenham o básico. Muitas pessoas não estão podendo trabalhar, outras se alimentavam de doações de vários lugares que estão fechados. Antes de realizar alguma atividade terapêutica, é importante dar o mínimo para essas pessoas, como itens de higiene, água e alimento”.

Pensando nisso, foram traçadas ações que buscassem primeiramente um bem estar social para moradores das comunidade. Uma vaquinha online foi aberta, para a compra de itens de higiene básica como sabonete, papel higiênico e água para pessoas em situação de rua.

De forma online, na página do projeto, lives com psicólogos também estão programadas, debatendo temas como isolamento, ansiedade, perspectivas de futuro, entre outros.

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